Capítulo 2 - Uma voz no silêncio
Capítulo 3 - Olhos azuis de plástico
Capítulo 4 - Um oscar
FINAL
Capítulo 5 – Batman e Coringa
Então era isso. Moisés Darmandes, o grande criminoso, havia se passado o tempo todo por Marcos Correa. Que por sua vez estava amarrado na cama com a boca tapada, sem chance de fazer qualquer coisa para evitar aquilo.
O verdadeiro Darmandes se aproximou do velho Marcos Correa preso na cama e tirou a fita de sua boca.
-Darmandes, seu desgraçado! - bravejou o velho - Você me paga filho da puta!
-Acalme-se velho policial, ou vai enfartar.
-Desgraçado! – continuou o velho parecendo não se importar.
-No fundo eu sei que você está encantado com minha genialidade. Haha.
-Não sou um bandido Darmandes, mas sei pensar como um! Você tem algum informante na merda da policia, sabia que eu me passaria por você hoje. Então só esperou que eu colocasse meu plano em ação. Você esperava que eu já estivesse resolvido tudo pra você, não esperava encontrar uma ladra inteligente e um leão nesse quarto, sei que ficou desprevenido. Mas você é esperto, soube muito bem contornar a situação. Só estranho o fato de você ter arriscado tanto hoje, não é do seu feitio ter permitido uma troca de tiros nesse quarto. O que houve?
-Olha só, nem eu mesmo poderia descrever tão bem o que aconteceu. Mas você está sendo inocente meu caro, o que aconteceu é que meu informante é justamente aquele seu parceiro morto ali. - e apontou para a metade do corpo do homem para fora do guarda-roupa.
-Você usou o Emerson? Você é sujo Darmandes.
-Por que está indignado? Ele te traiu, eu o matei, te fiz um favor.
-Muito bem senhor sabichão, até aqui você fez o que mais sabe fazer, foi brilhante. Mas agora, a pergunta que não quer calar, como você achará o mapa? Ou não pensou ainda que a única pessoa que sabia onde ele estava está fria aí do seu lado?
-Marcos, Marcos. Depois de tantos anos você ainda me subestima? Essa mulher, como é mesmo o nome dela?
-Rosana.
-Isso! Rosana. Eu sou péssimo com nomes, mas a reconheceria em qualquer lugar do planeta. Pois bem, a Rosana. Você acha mesmo que ela correria um risco tão desnecessário?
-Do que está falando maldito?
-Uma mulher que coloca uma arma em sua mão com uma bala, apenas uma, não corresponde a alguém que gosta de se expor. Fazendo isso, ela correu o risco de você errar, mas não teria condições de atirar nela se isso acontecesse, porque você só teria uma única bala.
-Para de joguinhos de inteligência, me diga do que se trata.
-Ora Senhor Marcos Correa, leão, mulher presa de cabeça para baixo, manequim com câmera, homem dentro do guarda-roupa... O que está faltando?
-Apenas me diga desgraçado!
-Sua mãe não te deu muita educação, não é verdade? Se reparar bem, houve um propósito para tudo que esteve aqui nesse quarto essa noite. Mas há algo que ainda não mostrou o seu propósito, algo que estava aqui desde o momento em que entrei correndo por aquela porta, algo que esteve com você todo o tempo... Exatamente! A mochila.
-Não, não é possível!
-Claro que é. Rosana jamais colocaria uma bomba dentro de uma mochila correndo o risco de morrer por causa disso. Dentro da mochila deve haver algumas bobagens para te convencer que havia uma bomba e, no meio disso, um frágil objeto que guiou todos os acontecimentos dessa noite e, por que não, dos últimos meses. O mapa está em suas costas, meu caro.
-Não! Maldito! Maldito!
Com a faca, Darmandes cortou as alças da mochila que estava com Marcos e de dentro tirou um amassado e velho papel. Desembrulhou e olhou para um mapa. Sorriu ao fazer isso. Então virou de costas e se encaminhou para a porta do quarto. Antes de sair disse:
-Te encontro em outra oportunidade então policial.
-Você não vai me matar?
-Te matar? Claro que não! Há anos que brincamos de cão e gato, eu me divirto tanto! Haha. Você conhece o Batman? Pois é, você é o Batman, eu sou o Coringa. Nós nos completamos, eu sou um agitador, um agente do caos. Minha função é disseminar o mal, e a sua, evitar. Se eu te mato, Marcos, eu perco a minha função. Por isso, assim como o Coringa quer o Batman vivo, eu também te quero vivo. Eu jamais mataria o Batman.
Marcos o olhou da cama como quem vê uma mente perigosa, pois era ao mesmo tempo brilhante e doentia.
Darmandes deu mais dois passos e parou.
-Mentira. Eu mataria o Batman. E também o Coringa.
E acertou a testa do policial.
Fim.
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