domingo, 25 de abril de 2010

Conversa de despedida

A Senhora me desculpe.
Mas veja bem, as coisas não podem ser como queremos que seja, não é verdade?
Não posso carregar mais uma vida nas costas, não dessa vez. Eu não estou preparado... Ainda.
A liberdade é onde estou, e nela perecerei. Não é ruindade, nem má vontade! O que seria ainda pior, terá que concordar.
Não é que eu tenha medo dos seus defeitos, medos ou fracassos.
Eu temo por algo muito mais sério e perigoso, pelo seu sorriso. Porque, se eu aceitar o que os seus olhos me pedem agora, não poderei permitir, nem por um momento, que você deixe de sorrir.
E eu sei que vou falhar, não seria a primeira vez.
Não chore... Não...
Está bem. Chore.
Ainda bem que está acontecendo assim, o choro vindo antes. Mais tarde você sorrirá. Se eu estivesse tendo a postura que gostaria, aconteceria justamente o contrário.
Senhora... Senhora. Você sabe o que passei? Sabe quantas marcas existem no meu coração?
Eu só estou evitando que você se aproxime do jardim seco e esquecido que existe aqui.
Quem sabe um dia, minha Senhora, nos encontraremos. E aí, eu possa ter mais para lhe oferecer.
Mas hoje não, hoje eu só tenho o medo de tentar. Um medroso, é isso o que sou.
Desculpe-me.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo. Disse tudo que tenho vontade de dizer, mas não consigo.