Entrei naquela casa antiga daquele bairro antigo.
Pessoas simples sentadas em cadeiras de bar improvisadas na garagem amarela.
Andei lentamente reconhecendo uma ou duas pessoas que diziam sempre como eu estava
bonita e havia crescido.
Não estava bonita, estava de calça jeans e allstar de quem chega da escola.
Mas agradeci mesmo assim. Não com palavras, mas com sorrisos sem dentes.
Eu estava triste. Muitos ali estavam.
Me vi na sala sentindo o cheiro de flores e vendo aquela senhora, sempre tão dócil e tão
educada, parecendo dormir. Chorei.
Eu choro com frequência. Assim fazem as meninas, eu acho.
Mas teria chorado mesmo se fosse menino.
Não há nada que me lembre mais das pessoas que eu amo e que já se foram, do que as
pessoas que conviveram com elas.
Não são os objetos, nem os lugares... São as pessoas. Elas me trazem as lembranças.
E eu havia perdido naquele dia uma grande lembrança.
Talvez a maior delas.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
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