A dor é tão profunda e intensa que ultrapassa a barreira do sentimento humano.
As pessoa estão em estado de choque, sentindo mas sem assimilar em todas as suas proporções as implicações da tragédia.
É como se o coração sentisse, mas o cérebro se perdesse.
Imagine você perdendo sua avó, seu pai, sua irmã, o padeiro que te atendia de manhã, aquela menina que você cumprimentava na faculdade... Todos se foram.
Imagine ver sua casa, seu trabalho, o restaurante onde costumava almoçar... Tudo no chão.
As pessoas perderam o que delimitava suas vidas, tudo o que as caracterizava como pessoa.
De repente, perderam suas identidades, suas bases e seus fios condutores.
É por isso que vagam aparentemente sem rumo.
Não sabem o que fazer, não sabem como fazer.
E infelizmente, receio que o pior ainda está por vir.
Quando puderem limpar a sujeira, enterrar os mortos e dar uma olhada em tudo, aí verão que não resta nada. Nesse momento, recobrarão a consciência, e entenderão que nada (ou quase nada) do que conheciam existe mais.
Terão que construir (infelizmente o termo é esse) um país inteiro com as próprias mãos. Não será fácil.
Mas já mostraram que são fortes, quantas histórias milagrosas já não foram gritadas para o mundo? Tantas pessoas resistiram dias sob os escombros e conseguiram sair vivas.
Se tiverem essa força, e se unirem verdadeiramente, não tenho dúvidas que conseguirão.
Torço, para que sejam fortes e possam construir um novo país, mais bonito e mais forte do que o que existia.
sábado, 16 de janeiro de 2010
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