A dor é tão profunda e intensa que ultrapassa a barreira do sentimento humano.
As pessoa estão em estado de choque, sentindo mas sem assimilar em todas as suas proporções as implicações da tragédia.
É como se o coração sentisse, mas o cérebro se perdesse.
Imagine você perdendo sua avó, seu pai, sua irmã, o padeiro que te atendia de manhã, aquela menina que você cumprimentava na faculdade... Todos se foram.
Imagine ver sua casa, seu trabalho, o restaurante onde costumava almoçar... Tudo no chão.
As pessoas perderam o que delimitava suas vidas, tudo o que as caracterizava como pessoa.
De repente, perderam suas identidades, suas bases e seus fios condutores.
É por isso que vagam aparentemente sem rumo.
Não sabem o que fazer, não sabem como fazer.
E infelizmente, receio que o pior ainda está por vir.
Quando puderem limpar a sujeira, enterrar os mortos e dar uma olhada em tudo, aí verão que não resta nada. Nesse momento, recobrarão a consciência, e entenderão que nada (ou quase nada) do que conheciam existe mais.
Terão que construir (infelizmente o termo é esse) um país inteiro com as próprias mãos. Não será fácil.
Mas já mostraram que são fortes, quantas histórias milagrosas já não foram gritadas para o mundo? Tantas pessoas resistiram dias sob os escombros e conseguiram sair vivas.
Se tiverem essa força, e se unirem verdadeiramente, não tenho dúvidas que conseguirão.
Torço, para que sejam fortes e possam construir um novo país, mais bonito e mais forte do que o que existia.
sábado, 16 de janeiro de 2010
domingo, 10 de janeiro de 2010
Um dia pro futuro
Lá estavam várias pessoas, algumas mais e outras menos próximas.
Muitos bebiam, alguns comiam e havia até quem fumasse.
E ali, entre sorrisos, violão e sombra, estavam unidos em círculo.
Boa música, sol ameno, vento refrescante.
A casa estava cheia, as pessoas estavam verdadeiramente felizes.
Não havia trabalho, dinheiro, nem doença ou qualquer preocupação.
Da avó serena e contida, marcada pelas experiências da vida e os habituais perfume e anéis, ao neto mais novo e agitado, com roupa colorida e mãos sujas, todos se sentiam completamente bem.
Era sábado, era churrasco e nada mais importava.
Alguns se enfezaram em determinado momento, mas foi por pouco tempo. Sempre é assim quando se trata de coisas pequenas.
E tudo que não fosse aquela alegria compartilhada por todos, era pequeno.
Pequeno diante da grandiosidade do momento, do valor que aquele dia teria para a história de cada um que ali estava.
Talvez nunca mais uma música tão boa será cantada e ouvida por bocas e ouvidos tão felizes.
Talvez, a comida nunca mais será tão farta e a bebida tão prazerosa.
Quem sabe não haverá nunca mais motivo qualquer para que pudessem se reunir.
Mas naquele dia havia tudo isso, e as pessoas puderam viver aquele momento.
Em algum lugar do tempo, em alguma memória calejada, em algum coração saudosista, ele sempre estará lá.
Um dia, aquela casa não será tão cheia e muitos já terão ido embora... Para sempre.
Mas haverá, em algum lugar, alguém que contará aos mais novos sobre aqueles anos dourados, em que as pessoas que amava estavam juntas e felizes.
E sentirá lágrimas salgadas nos lábios.
Muitos bebiam, alguns comiam e havia até quem fumasse.
E ali, entre sorrisos, violão e sombra, estavam unidos em círculo.
Boa música, sol ameno, vento refrescante.
A casa estava cheia, as pessoas estavam verdadeiramente felizes.
Não havia trabalho, dinheiro, nem doença ou qualquer preocupação.
Da avó serena e contida, marcada pelas experiências da vida e os habituais perfume e anéis, ao neto mais novo e agitado, com roupa colorida e mãos sujas, todos se sentiam completamente bem.
Era sábado, era churrasco e nada mais importava.
Alguns se enfezaram em determinado momento, mas foi por pouco tempo. Sempre é assim quando se trata de coisas pequenas.
E tudo que não fosse aquela alegria compartilhada por todos, era pequeno.
Pequeno diante da grandiosidade do momento, do valor que aquele dia teria para a história de cada um que ali estava.
Talvez nunca mais uma música tão boa será cantada e ouvida por bocas e ouvidos tão felizes.
Talvez, a comida nunca mais será tão farta e a bebida tão prazerosa.
Quem sabe não haverá nunca mais motivo qualquer para que pudessem se reunir.
Mas naquele dia havia tudo isso, e as pessoas puderam viver aquele momento.
Em algum lugar do tempo, em alguma memória calejada, em algum coração saudosista, ele sempre estará lá.
Um dia, aquela casa não será tão cheia e muitos já terão ido embora... Para sempre.
Mas haverá, em algum lugar, alguém que contará aos mais novos sobre aqueles anos dourados, em que as pessoas que amava estavam juntas e felizes.
E sentirá lágrimas salgadas nos lábios.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
O Sol
As trevas tomam contam de tudo.
Para onde se olha nada pode ser visto, apenas a escuridão pode ser sentida.
Não há esperança, nem vida.
Olhos fechados para não ver, mentes distantes para não assimilar.
A alma está longe de tudo isso, refugiada em algum lugar seguro.
Poucos se aventuram em se manter presentes.
Um grave erro, eu diria.
Mas de repente, algo inesperado acontece.
Um guerreiro em forma de flecha dourada corta as trevas e uma chama de esperança reacende os corações.
Logo seus amigos se juntam a ele, e o que era um guerreiro solitário transforma-se no mais poderoso exército, capaz de resgatar das trevas tudo o que de bom existe.
E eles vão afugentando o mal, resgatando o bem, e mudando o que parecia perdido.
Então, como um ritual que acontece todos os dias mas nunca da mesma forma, o Rei aparece para ocupar seu trono no ponto mais alto!
Seu poder supremo inunda o céu, a terra e o mar. Tudo volta a ganhar vida, cor, calor.
É a coisa mais bela que os olhos podem contemplar.
Infelizmente o Rei não fica pra sempre. Alguns dizem que ele vai em busca de outros reinos, também ameaçados pelas trevas. Mas não se preocupe, ele sempre volta... Sempre.
Para onde se olha nada pode ser visto, apenas a escuridão pode ser sentida.
Não há esperança, nem vida.
Olhos fechados para não ver, mentes distantes para não assimilar.
A alma está longe de tudo isso, refugiada em algum lugar seguro.
Poucos se aventuram em se manter presentes.
Um grave erro, eu diria.
Mas de repente, algo inesperado acontece.
Um guerreiro em forma de flecha dourada corta as trevas e uma chama de esperança reacende os corações.
Logo seus amigos se juntam a ele, e o que era um guerreiro solitário transforma-se no mais poderoso exército, capaz de resgatar das trevas tudo o que de bom existe.
E eles vão afugentando o mal, resgatando o bem, e mudando o que parecia perdido.
Então, como um ritual que acontece todos os dias mas nunca da mesma forma, o Rei aparece para ocupar seu trono no ponto mais alto!
Seu poder supremo inunda o céu, a terra e o mar. Tudo volta a ganhar vida, cor, calor.
É a coisa mais bela que os olhos podem contemplar.
Infelizmente o Rei não fica pra sempre. Alguns dizem que ele vai em busca de outros reinos, também ameaçados pelas trevas. Mas não se preocupe, ele sempre volta... Sempre.
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