tag:blogger.com,1999:blog-44586702110510959682024-03-19T15:43:27.613-03:00Yuri ManziYuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.comBlogger95125tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-23993238496799379062016-05-01T20:40:00.001-03:002016-05-01T20:40:51.449-03:00AzulO dia que se mostrava através da minha janela provava a existência de Deus.<br />
Era uma manhã de verão coberta de sol que brilhava no céu azul.<br />
Sinceramente, nesse dia percebi que eu jamais conhecera o azul, pois a ideia que eu tinha dessa cor foi desfeita por aquele céu. As coisas são assim mesmo: você tem uma ideia sobre elas, mas não são mais do que meias verdades. Até porque verdades inteiras jamais existiram.<br />
A meia verdade que eu tinha sobre o azul já não existe mais. Foi substituída por outra meia verdade, mais convincente.<br />
E assim eu fiquei a ver o céu azul cercado por coadjuvantes imprescindíveis, como o verde das plantas do jardim de entrada e mesmo a luz do sol.<br />
Lá fora, crianças brincavam com água. A felicidade vinha dali.<br />
Mas então alguém fechou a janela e tudo aquilo deixou de existir. O azul foi substituído por um amarelo pálido; o vento parou de soprar, os sons ficaram abafados e a vida se perdeu.<br />
Eu jamais tive forças pra me levantar e abrir aquela janela outra vez. <br />
Mas pouco importou, pois o azul havia se impregnado em mim,<br />
E um quadro eu pude pintar.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-28056213434275300572015-04-02T03:26:00.001-03:002015-04-02T13:01:43.815-03:00Sobre o amor Oi...<br />
Oi.<br />
Por que você está triste?<br />
Porque ela se foi.<br />
Pra sempre?<br />
Como vou saber?<br />
Desculpe, essa foi uma pergunta tola.<br />
Por que você a deixou partir?<br />
Agora é você que vai me desculpar, pois essa pergunta é ainda mais estúpida que a primeira.<br />
Não entendo.<br />
Você conhece o amor?<br />
Só por novela.<br />
É por isso.<br />
A novela mente?<br />
Não é o que eu estou dizendo! É que ela foca sempre em um determinado aspecto da realidade.<br />
Como assim?<br />
Por exemplo, na novela eles sempre ficam juntos pra sempre.<br />
E não é?<br />
Não falei?!<br />
Achei que o pra sempre definia o amor!<br />
Pois é justamente o contrário, é o amor que define o pra sempre.<br />
E o que faz o amor sem o pra sempre?<br />
Continua a existir e, de alguma forma, permanecerá existindo pra sempre.<br />
Estou tão confusa!<br />
Não se preocupe, o amor não é dessas coisas pra se entender, ele foi feito pra se sentir. Um dia você sentirá, e aí irá entender sem que ninguém precise te explicar.<br />
Queria que esse dia fosse hoje.<br />
Por quê?<br />
Pra entender porque foi que você deixou que ela partisse, poxa, já que agora está tão triste.<br />
Eu a deixei partir porque quando ela me olhava com aqueles olhos grandes e brilhantes parecia que ela conseguia enxergar o meu íntimo, cada medo e pensamento, cada desejo e sonho. Porque seu sorriso me concedia todas as certezas que eu precisava e me fazia entender um pouquinho mais de tudo. Porque seu abraço me trazia uma paz que eu jamais irei esquecer e, com ele, aquela vontade de não desgrudar da sua pele quente e macia, a coisa mais forte que já senti na vida! Eu a deixei partir porque nada me fazia mais feliz do que poder cuidar dela. Mas, principalmente, porque ela nunca foi um fim, e sim um meio. Jamais foi um ponto, mas três, uma reticência continua. E assim ela me ensinou o conceito de eterno.<br />
Nossa...<br />
Percebe porque tive que deixá-la ir? Como poderia ser tão egoísta depois dela ter me feito experimentar a coisa mais incrível que eu poderia desejar? Por me fazer sorrir, por me fazer sonhar, por me fazer acreditar, por me fazer amar... Não seria injusto, depois de tudo isso, tentar segurá-la aqui?<br />
Seria.<br />
Pois então.<br />
Acho que agora já sei o que é o amor.<br />
E o que é?<br />
Gratidão.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-14228937424209275652014-10-21T00:33:00.002-02:002015-04-02T13:04:07.439-03:00A casa da minha mãe Essa sempre vai ser a casa da minha mãe.<br />
Mas só será digna dessa designação enquanto estiver limpa,<br />
É que sujeira ela não permitia.<br />
<br />
Cada cômodo uma história,<br />
Um olhar despercebido.<br />
Entre o choro e a risada o momento mais bonito.<br />
<br />
E sempre que na mesa,<br />
Houver coca e macarrão,<br />
Que esta é a casa dela, jamais se esquecerão.<br />
<br />
Ainda que as flores morram,<br />
E que as fotos fiquem amarelas,<br />
Paredes e pessoas continuarão a se lembrar dela.<br />
<br />
Há retratos, é verdade,<br />
E objetos pessoais,<br />
Mas nada disso é necessário, pois existe muito mais!<br />
<br />
É que quando uma alma passa<br />
E ilumina tantas vidas com alegria e prazer,<br />
Coração algum é capaz de se esquecer.
Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-71736247262831011062014-10-21T00:32:00.004-02:002014-10-21T00:32:59.498-02:00Durante a noiteChegou tarde no velho apartamento do centro.
Abriu a porta com leve dificuldade imposta pelo álcool.
Não acendeu a luz, queria evitar a dor de cabeça.
Jogou as velhas chaves do velho Gol quadrado na mesinha de centro, tirou os sapatos (mas permaneceu com as meias) e se jogou no sofá.
"Merda de sofá duro", praguejou. Mas só por costume, estava cansado demais para se importar de verdade. E logo adormeceu.
E mal adormeceu, acordou com um barulho que o fez cair do sofá.
Olhou atordoado pela sala e viu, do lado oposto, uma sombra que se destacava mesmo na escuridão do cômodo, pois era ainda mais escura que o escuro.
Uma sombra pequena cuja forma remetia a um cabelo e a um vestido: uma criança o fitava.
Na verdade não conseguiu ver seus olhos, mas ela permaneceu ali parada, imóvel, como se não respirasse.
Ele nada conseguiu fazer, estava em choque, mais imóvel que a própria sombra.
Um arrepio perpassou cada parte do seu corpo, de cima até em baixo.
Nunca um arrepio foi tão dolorido, nunca seu coração bateu tão acelerado, nunca se sentiu tão lúcido enquanto estava bêbado.
Aquela criança invadiu seu coração e roubou suas certezas, e enquanto isso acontecia ele tremia incontrolavelmente.
Então, inesperadamente, a menina começou a chorar, um choro desesperado.
No chão abandonado, ele balançava a cabeça e suplicava: "não, não!" - a negação humana despida de arrogância.
Pensou em Deus, algo que nunca fazia. Era tarde.
E a criança chorava mais alto e mais alto, e o desespero e o pânico extrapolaram seus limites.
A sombra começou a caminhar em sua direção e ele assistiu tudo sem conseguir reagir, só chorava e tremia.
Cada vez mais perto.
Cada vez mais perto.
Muito perto.
Ele se jogou ao chão abraçando as pernas e chorando desesperadamente, esperando ser tocado a qualquer momento...
Não aconteceu.
Ficou ali, deitado em posição fetal sem coragem para olhar, sem coragem para acender a luz,
até o dia amanhecer. E todos sabemos que o sol sempre nasce.
Mais tarde, a maioria das pessoas lhe disseram que era alucinação de bebida.
Não teve coragem de contar para a avó, sabia muito bem que o que ela tinha pra falar era a última coisa que queria ouvir.
Parou de beber.
Mas o medo daquela noite nunca mais o abandonou, de alguma maneira era como se o medo tivesse tomado uma parte de seu coração, e ainda conseguia ouvir aquele choro em noites vazias.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-17231597262157227412014-10-21T00:31:00.001-02:002014-10-21T00:31:52.284-02:00A ruaO moço da esquina saiu do seu portão pequeno assim que o sol nasceu.<br />
Deu bom dia ao vizinho que ia na outra direção, cumprimentou a gari e atravessou a rua.<br />
Estava indo tomar o seu café de sempre na padaria ao lado.<br />
Passou pela senhora bem apessoada do outro quarterão, ela não o olhou,<br />
embora soubesse que ele <span style="background-color: white;">a estava olhando.</span><br />
Andando como madame ela seguiu pela calçada em direção ao ponto de ônibus.<br />
Deu um "oi" discreto para a menina <span style="background-color: white;">do caixa, que lá de dentro do supermercado retribuiu, </span><br />
<span style="background-color: white;">e parou na casinha para comprar sitpass.</span><br />
Naquele momento o rapaz da bicicleta passou por ela gritando "Amiga!".<br />
Diziam que ele não era bom da cabeça, mas era excelente do coração.<br />
Rapaz puro, como dizem. <span style="background-color: white;">Um coitado, talvez.</span><br />
Ele foi com sua bicicleta velha até a papelaria que já abria as portas<br />
e quase atropelou o cara das tatuagens.<br />
Aquele ali era alto e corpulento, sempre de cara fechada, mas era boa gente.<br />
Praguejou contra o menino enquanto desviava da bicicleta<br />
e passou reto sem cumprimentar o senhor do jogo do bicho. F<span style="background-color: white;">ez bem.</span><br />
Se tratava de um senhor velho e tarado, diziam que por culpa da idade<span style="background-color: white;">.<br />Era bicheiro, mas não sabia nada sobre a confusão no Senado.<br />Embora soubesse </span><span style="background-color: white;">muito bem que a politica nada tinha de bom.</span><br />
<span style="background-color: white;">"Os preços não param de subir!", dizia com frequência. </span><br />
<span style="background-color: white;">Ele arrumou os óculos e olhou pro outro lado da rua, </span><span style="background-color: white;">de onde vinha o carioca que há muito morava ali. </span><br />
<span style="background-color: white;">Vinha com a camisa do Flamengo e ouviu de alguém que </span><span style="background-color: white;">passava em um carro popular, "E o Mengão?". </span><br />
<span style="background-color: white;">"Aquele time é ruim demais, </span><span style="background-color: white;">ô timinho feio!", gritou ele em resposta.<br />E logo acenou para o senhor da esquina que deixava a padaria.</span><br />
Naquela hora os meninos já saiam pras escolas, as pessoas iam para o ponto de ônibus e os carros<br />
passavam apressados. O moço da esquina entrou de volta no seu pequeno portão.<br />
Era assim todos os dias.<br />
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<br /></div>
Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-45967349458788213992014-10-21T00:29:00.005-02:002015-07-31T22:34:20.235-03:00Lembranças Entrei naquela casa antiga daquele bairro antigo.<br />
Pessoas simples sentadas em cadeiras de bar improvisadas na garagem amarela.<br />
Andei lentamente reconhecendo uma ou duas pessoas que diziam sempre como eu estava<br />
bonita e havia crescido.<br />
Não estava bonita, estava de calça jeans e allstar de quem chega da escola.<br />
Mas agradeci mesmo assim. Não com palavras, mas com sorrisos sem dentes.<br />
Eu estava triste. Muitos ali estavam.<br />
Me vi na sala sentindo o cheiro de flores e vendo aquela senhora, sempre tão dócil e tão<br />
educada, parecendo dormir. Chorei.<br />
Eu choro com frequência. Assim fazem as meninas, eu acho.<br />
Mas teria chorado mesmo se fosse menino.<br />
Não há nada que me lembre mais das pessoas que eu amo e que já se foram, do que as<br />
pessoas que conviveram com elas.<br />
Não são os objetos, nem os lugares... São as pessoas. Elas me trazem as lembranças.<br />
E eu havia perdido naquele dia uma grande lembrança.<br />
Talvez a maior delas.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-80108548027355121242014-10-21T00:29:00.002-02:002014-10-21T00:29:12.256-02:00O heróiO herói foi insultado ao entrar na condução das 18h.<br />
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Não que alguém tenha lhe dito algo, mas o simples fato de ter que entrar ali</div>
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era um insulto.</div>
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Ora, aquele não era o lugar de um herói!</div>
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Já imaginou? Aquiles, ou quem sabe Aragorn, no ônibus lotado nas ruas do Brasil?</div>
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Isso não faz sentido algum.</div>
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Mas ali estava o herói, espremido entre várias outras pessoas, abatido e humilhado,</div>
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sem nada poder fazer a respeito.</div>
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Logo ele, tão destemido e tão forte!</div>
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E depois de uma hora desceu cabisbaixo na rua de casa, vencido e cansado.</div>
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Ao entrar em casa foi saudado por abraços, beijos e jantar quentinho.</div>
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Pois ali havia pessoas que reconheciam seus feitos,</div>
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que sabiam muito bem quem ele era.</div>
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Um herói!</div>
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Que acordava às 4h da manhã para trabalhar pesado,</div>
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tentar recompensar a mulher que tinha ao seu lado, dar aos filhos</div>
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um pouco mais do que teve quando era da idade deles... </div>
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E para ser humilhado.</div>
Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-38436454051220844102014-10-21T00:28:00.002-02:002014-10-21T00:28:37.703-02:00No alpendreEu estava sentado ao lado dela, cadeiras de vó no alpendre antigo.<br />
Discretamente olhei para seus olhos profundos de tristeza e preocupação.<br />
Ou talvez fossem somente as rugas do tempo confundindo a minha juventude.<br />
Não havia som, nem movimento aparente.<br />
Apenas eu, aquela senhora, e o peso de sua vivência sobre mim.<br />
Gostaria que ela pudesse descansar.<br />
Gostaria de poder descansar por ela.<br />
Mas, na verdade, ela gostaria de recomeçar.<br />
E estava feliz que eu pudesse fazer isso por ela.<br />
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<br /></div>
Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-82510894931840783732014-10-21T00:27:00.002-02:002016-05-23T23:09:23.759-03:00Manicômio<div>
Estavam naquele lugar afastado do centro, nas terras de ninguém.</div>
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Era um daqueles lugares que só se via em filmes; que não existe no mundo real.</div>
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E haviam pessoas, a maioria de branco, doutores de tanto faz.</div>
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Um lugar entre as grades, embora fosse bastante arejado e iluminado.</div>
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E vejam só, muitos deles jogavam bola! Sem calçado e sem camisa faziam do esporte uma forma de libertação.</div>
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Parecia um sábado de sol normal. E era.</div>
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Pareciam pessoas normais. Aliás, por favor, me diga o que é normal!</div>
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Um lugar de paz, construído por mentes e almas atormentadas.</div>
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Muitas histórias de vidas sozinhas que se entrelaçavam a uma multidão </div>
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de outras mentes e almas.</div>
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Era um lugar triste, mas muitos ali há muito se foram para seus próprios mundos distantes.</div>
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Os loucos não sofrem. Os mortos não sofrem. </div>
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Todo mundo sofre. Todo mundo sente muito... Desculpa, mas foi preciso.</div>
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Um cigarro, uma mala... Obrigado.</div>
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Espero não te ver aqui nunca mais.</div>
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<br /></div>
Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-10299210199995332062011-09-27T12:10:00.009-03:002011-09-27T14:02:34.050-03:00Rock in Rio - Eu estava lá e vou contar para os meus filhosPor conta do meu livro eu parei de escrever aqui, mas hoje senti uma vontade imensa de atualizar eses lugar. O título antecipou propositalmente o que eu vou falar, pois bem. Eu havia prometido a mim mesmo que não discutiria o Rock in Rio com quem não foi e isso não vai mudar. Portanto, se trata de um texto absoluto, não rebaterei criticas nem comentários, tudo o que eu tenho pra dizer estará escrito e ponto. Vamos a isso.<br /><br /><br />Quando cheguei e descobri que havia uma polêmica sobre o Rock in Rio eu até assustei. Como assim estão falando mal do evento? Quero dizer, COMO ASSIM PORRA????? Depois eu ri. E ri muito!<br />Certa vez Amyr Klink escreveu:<br />"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV."<br /><br />"Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser."<br /><br />Isso se aplica perfeitamente ao Rock in Rio. As pessoas que não foram precisam quebrar essa arrogância que as faz ver o Rock in Rio como elas imaginam ou como viram pela tv, e não simplesmente como foi e está sendo.<br />Quando eu pisei na cidade do Rock eu disse cinco coisas. Na verdade, cinco palavras. Na verdade, uma única palavra cinco vezes: CARALHO, CARALHO, CARALHO, CARALHO.... CAAARALHO!!!<br />É indescritível.<br /><br />A abertura foi de arrepiar, o telão mostrando todas as edições do evento, as pessoas puderam cantar uma vez mais "Love of my life", e claro, a arrepiante frase "O Rock in Rio voltou!" seguido dos fogos. Fodíssimo!<br /><br />Eu vi pessoas que nunca se viram abraçadas, pessoas deitadas no chão, sentadas, rindo, brincando, eu vi mulheres se beijando, e mulheres mostrando o peito... Do meu lado. Eu vi cantores chorando, eu vi cantores pulando como se fosse alguém da plateia ouvindo outra pessoa! Eu vi gente casando lá! Eu vi gente rezando.<br />As pessoas cantavam desde o meio da tarde no ponto de ônibus na Barra, até as cinco da manhã quando voltavam pro centro da cidade. As escolas pararam na sexta, o trânsito parou, muitos não trabalharam. Cada carioca pra quem eu falava que era de Goiânia, gritava e vibrava, eles abraçaram o Brasil inteiro, eles queriam que todo mundo estivesse ali!<br /><br />Agora vem nego que ficou sentado com a bunda no sofá falar que o Rock in Rio está uma merda??<br />Dizem que são bandas fracas? Vocês estão fumando mais que a galera no Rock in Rio! Red Hot, Slipknot, Guns, Metallica, System, Coldplay, Frejat, Skank, Capital Inicial, Titãs, Paralamas...<br />Eu vi os shows gravados depois, sério, é como ver um outro show.<br /><br />Gostaria de falar um pouco do show do Capital.<br />Foram, diferentemente de vocês, nas OUTRAS edições do Rock in Rio que aconteceram aqui no Brasil. ELES PARECIAM VIRGENS TRANSANDO PELA PRIMEIRA VEZ! O Dinho perdeu a voz, correu desorientado, tirou foto, o escambau!<br />Se você não estava lá e não viu o Dinho apontar o dedo na cara do José Sarney, se você não cantou "É A PORRA DO BRASIL" em "QUE PAÍS É ESSE?", você não sabe do que está falando, brother. Mas não sabe mesmo!<br /><br />Os caras vem falar mal porque teve Rhianna, Katy Perry, NxZero, Claudinha Leite... Como se no passado não tivesse disso também né? Nas edições passadas tocaram, Elba Ramalho, Sandy e Junior, Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Britney Spears, N'Sync... Ah, ninguém lembrava desses daí? Ou lembravam do Carlinhos Brown porque ele foi vaiado? Eu ouvi vaias lá, vi gente jogando coisas no palco... Faz parte do festival. E ninguém lembra dessa galera, porque no final das contas o que fica é o show do Red Hot, a empolgação do Capital, a irreverencial do Stone Sour, a loucura do Slipknot!<br /><br />E por falar em Stone Sour, pouco se falou sobre eles, mas fizeram uma apresentação fodíssima! O vocalista Corey Taylor, que não por acaso também é o vocalista do Slipknot, estava insano!<span style="font-weight: bold;"> </span>Ao lado dele, Mike Portnoy, ex-baterista do Dream Theater, com apenas dois ensaios destruíu no palco.<br /><br />Os shows dos artistas ansiosamente aguardados foram muito fodas, os shows dos artitas negligenciados, foram MUITO fodas! Todos os show foram massa pra caralho porque todos os shows compartilharam da mesma esfera de empolgação, adrenalina, loucura e satisfação que só quem pisou no chão da Cidade do Rock sentiu. Então, antes de dizer merda pergunte pra si mesmo: Eu fui? Se a resposta for não, você não tem o que falar. Não tem como falar sobre o que não viu. Se você ver Paris pela TV, jamais vai poder falar que a conhece. Então não fale do Rock in Rio.<br /><br />Um abraço.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;"><span style="font-weight: bold;"><span style="font-weight: bold;"></span></span><br /></span>Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-41988074217552011682011-02-12T11:30:00.011-02:002011-06-19T19:47:43.457-03:00Genival passou para MEDICINA na UFG!Genival soube pelo tio do amigo de um conhecido da rua de baixo (que era seu primo) que havia passado no vestibular da Universidade Federal de Goiás, PARA MEDICINA!<br />Ah, mas foi uma felicidade em Cocalzinho que só vendo! A família estava em festa total, disseram que até um videokê seria alugado para todo mundo se divertir. E falo sério!<br />Mas o Genival soube que na Capital haveria uma grande festa com uma tal vaca nervosa em homenagem aos aprovados. Pareceu divertido, decidiu ir para Goiânia.<br />O pai juntou todas as economias que tinha e pra lá enviou seu filho caçula.<br />Na rodoviária, já em Goiânia, descobriu que tinha entendido tudo errado, que na verdade o nome do parque onde seria a festa é que era Vaca, Vaca Brava. E pra lá ele foi.<br />Quando chegou ficou tão empolgado com toda aquela festa com milhares de pessoas, que começou a gritar o mais alto que pôde: PASSEI, PASSEI PRA MEDICINA LASQUEIRA!<br />Hoje ele pode dizer com toda a certeza que não foi uma boa idéia.<br />Primeiramente ele achou que estava sendo assaltado, começaram a tomar tudo o que ele tinha, rasgaram sua roupa, bateram nele... Mas aí, deram pinga pra ele beber. Bom, que tipo de assaltantes faria isso? Quando já não entendia mais nada, eles pararam, e um deles começou a dizer:<br />-Muito bem CALOURO BURRO!<br />-Burro? Burro eu não sô não sinhô! Passei nessa bagaça, diacho!<br />-CALA BOCA CALOURO! Agora vamos ver seu nome aqui na lista e dar um "ok" nele, porque o calouro que não veio vai pagar caro depois. Qual seu nome?<br />-Genival...<br />-Genival... Genival... Genival do quê?<br />-Genival Roberval.<br />-Genival Roberval... Genival... Roberval... NÃO TEM NENHUM GENIVAL AQUI CALOURO, TÁ ME ZOANDO? Você olhou certo na lista, seu nome tava lá?<br />-Uai, não sei. Foi meu primo que olhou, eu não tenho internet...<br />Todos os veteranos de Medicina o fitaram por um minuto inteiro... E então começaram a se dispersar resmungando coisas do tipo: "Não acredito nesse cara". As pessoas dos outros cursos riram e zombaram dos futuros médicos, desmoralizados pelo caipira metido a engraçadinho.<br />Genival levantou-se devagar, triste, pensando em como contaria aquilo para a família.<br />Mesmo sujo, rasgado, fedendo a ovo e levemente bêbado, conseguiu voltar para Cocalzinho com uma carona. Enquanto entrava em casa, vários quilômetros dali, em Goiânia, a turma de veteranos da Medicina Veterinaria circulava o nome "Genival" na lista dos aprovados.<br />"Esse Genival não veio ein, vai pagar caro", diziam.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-32852389142891784412011-01-06T00:32:00.005-02:002011-01-06T01:02:58.711-02:00A portaA porta barulhenta do décimo quinto andar, daquele prédio antigo do centro, bateu seca e fria.<br />Aquilo demonstrava bem o que acontecera ali entre os dois: Mais uma discussão.<br />Ele achava que ela não o entendia. Ela se sentia só.<br />Foi por isso que, sem saber, discutiram. E discutiam regularmente.<br />Alguns minutos depois a porta se abriu excitantemente, e foi fechada com mãos de sorrisos.<br />Aliás, todos os dias naquele mesmo horário, o tal engravatado vinha vê-la e lhe dava com prazer carnal a ausência que sentia de sentimento.<br />Mas naquele dia a porta se abriu inesperadamente de forma apressada e descuidada...<br />Falta de sorte, diriam. Pois eu acho que uma boa estatística prova que a repetição do evento inevitavelmente conspiraria para aquilo.<br />Ele só saiu pela porta uma hora mais tarde, algemado e acompanhado por homens fardados.<br />Ela continuou por ali, remoendo as lágrimas, não se sabe se pelo morto ou pelo preso.<br />E quando finalmente decidiu sair, trocou a barulhenta porta pela silenciosa janela.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-87554788892629852392010-11-30T00:20:00.007-02:002010-11-30T00:52:35.653-02:00VocêA saudade.<br />Essa tal que me acompanhará pelo resto da vida...<br />Nunca foi tão grande, nunca foi tão difícil.<br />Não são os lugares, nem os objetos... São as pessoas que mais me provocam lembranças.<br />Cada uma que esteve com você, que viveu algo, me faz recordar.<br />Mas não posso reclamar, não quando pude viver tudo o que vivi.<br />Noites de leituras de livros à beira da cama, dias ensolarados em um clube qualquer, coca-cola no almoço, casa cheirosa no fim do dia, risadas de qualquer coisa, cobertor sem fazer vento, olha, mas olha bem, o que eu faço.<br />Não significa muito pra maioria mas, para nós dois, significa tudo.<br />Poderia ter feito muito mais, aproveitado mais, me importado mais.<br />Mas ainda assim, fiz muito. Fizemos muito.<br />Nada ficou pela metade.<br />Acho que a nossa amizade, o nosso companheirismo e o amor sem limites entre nós dois não pode ser apagado por coisa alguma. Sempre estará lá, nas minhas memórias, no meu coração.<br />E ninguém vai entender a minha dor, ou a minha alegria, quando te envolver.<br />Só nós dois sabemos, só nós dois.<br />Aprendi muito com você, muito mais da metade de tudo o que eu sei.<br />Você continua em mim e assim permanecerá, uma grande e importante parte do que sou.<br />E espera, que ainda nos encontraremos, tenho certeza.<br />Obrigado do fundo do meu coração por tudo,<br />mãe.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-33100583850165565832010-11-15T16:02:00.007-02:002011-01-06T01:23:09.935-02:00AmigosNão sei como foi que aconteceu, eles só estavam lá.<br />E, à medida que os encontrava, simplesmente sabia.<br />Logo, lá estávamos nós, fazendo tudo o que podíamos, rindo, pulando, aprontando.<br />O que era zoação começou a virar uma espécie de cumplicidade, acertávamos juntos, errávamos juntos. Assumíamos os erros... Juntos.<br />Vimos uns aos outros mudar, de visual, de atitudes... Ficamos orgulhosos uns dos outros.<br />Infelizmente, alguns caminhos necessitam de sacrifícios... Alguns se distanciam, outros se aproximam.<br />Mas o respeito, a parceria, a confiança... Isso não muda.<br />Estamos juntos, pra tudo e pra nada.<br />Nossas conversas sempre serão nostálgicas, nossos pensamentos sempre estarão em sintonia.<br />Não importa o que aconteça, esse é um tipo de união que não acaba, caminhamos juntos, estaremos sempre ali pra levantar quem de nós precisar.<br />Porque somos amigos, escolhemos isso.<br />A amizade é uma das maiores preciosidades da vida de alguém.<br />Posso contar meus amigos nos dedos.<br />Eles estavam lá em cada momento da minha vida, do mais triste ao mais feliz, do mais inesquecível ao mais comum.<br />Sempre estiveram lá.<br />Sei que nossos filhos serão amigos, sei que nos encontraremos em churrascos de fim de semana com família e cachorro.<br />E até lá muita coisa vai acontecer, muito mudará. Mas a nossa amizade, não.<br />Somos amigos, é isso o que somos. Me orgulho disso.<br />Pra mim, é uma honra e um prazer.<br />Devo muito a vocês.<br />"Que nossos filhos tenham pais ricos e mães gostosas!". Amém.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-39706369641824171362010-09-28T21:17:00.001-03:002010-09-28T21:24:32.193-03:00Admirável "peso" novo<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman";} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal">Ela ia começar a escrever um texto. Um texto sobre qualquer coisa que fluísse. Um texto daqueles que você faz de madrugada, depois de ter visto fotos ainda recentes de antigos amigos. Ela pretendia que ele se desenrolasse de uma frase que tinha em mente, uma frase apenas que doía no peito cada vez que ameaçava cuspi-la, e talvez por isso sempre a mantivesse muda. Escreveu: Quero meus amigos de volta. Eram três da manhã, e no exato segundo que clicou o ponto final, foi surpreendida por uma palavra de afeto, de uma amiga inesperada, num contexto inesperado. Quis chorar, quis sorrir, tremeu um pouco e pensou até em ignorar o sinal. Típico. Mas resolveu dar uma chance ao que, se ela acreditasse, chamariam de acaso. No caminhar da conversa, foi entendendo que se tratava mesmo de álcool e carência, e que o fato de provavelmente ser uma das únicas pessoas disponíveis no horário, fez com que ela fosse procurada naquele momento. Foi atenciosa, e respondeu tudo com muito carinho. Não era nada especial, não era uma tentativa de reparação. Porém, para ela, ainda sim era um sinal. Algo que ela definitivamente não conseguiria e nem saberia lidar. Mas que, por uma noite, depois de tantas carregadas de culpa, a faria se lembrar como era dormir tranquilamente com, no lugar de tantos desconfortáveis, um peso que a agradava sem tamanho. O da amizade.</p><p class="MsoNormal">Texto escrito por <a href="http://twitter.com/jejesantana">@jejesantana</a>.<br /></p><p class="MsoNormal"></p>Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-37912021720514316922010-09-03T14:37:00.005-03:002010-09-04T17:56:46.982-03:00DeusHoje eu vi Deus em uma criança.<br />Ela não sabia bem o que estava acontecendo em volta, mas logo aprenderá.<br />Ela ganhará presentes legais no natal, chorará no primeiro dia de escola, e se apaixonará aos 11 anos por um garoto que provavelmente nunca saberá disso.<br />E logo ela se preocupará com o corpo, se irritará com a forma como o pai a trata, como se ela ainda fosse uma menininha quando, na verdade, já tinha treze!<br />Terá uma linda e inesquecível festa de quinze anos.<br />E se decepcionará com o primeiro namorado.<br />Muito provavelmente ela se casará, terá filhos.<br />Conhecerá lugares bonitos, terá um livro predileto, e sofrerá quando sair da casa dos pais.<br />Terá mais dias felizes do que triste, ainda bem! E sentirá saudades de quando ainda podia ser quem ela quisesse.<br />Mas, inevitavelmente, se perguntará um dia onde está Deus.<br />Quem Ele é, onde esteve durante todo esse tempo.<br />Ela terá se esquecido, ou talvez nunca soube, que é em vão tentar pensar em Deus de forma racional. Tentar explicá-lo.<br />Deus não é uma equação matemática, embora esteja nela.<br />Pode até ser que ela consiga, mas a melhor forma de entender Deus, é sentindo.<br />Se ela conseguir ver isso, perceberá que Deus esteve no sorriso do melhor amigo de infância dela, que Ele esteve no lindo dia de Sol no clube certa vez, que era Ele na imensidão do cerrado quando foi acampar com a escola. Ela se lembrará Dele na música da formatura do irmão, na primeira vez que andou de avião, no jardim da casa dela.<br />Logo perceberá que Deus esteve em cada momento que ela viveu, em cada emoção que sentiu, cada derrota e cada pensamento. Ele esteve em tudo.<br />Então, ela verá Deus em si mesma, como um dia eu vi.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-75811986457742374502010-08-24T19:24:00.008-03:002010-08-24T19:56:04.868-03:00A árvoreHoje não era um bom dia, definitivamente não.<br />Acordei atrasado e cansado, algumas coisas deram errado no trabalho, e o ônibus da volta demorou mais do que de costume.<br />Tive que ir em pé. Enquanto, dentro dos meus pensamentos, mandava o mundo pra puta que pariu, uma pessoa se levantou.<br />"Ao menos isso", pensei. E sentei.<br />Agora sei muito bem que aquilo não foi por acaso. Eu precisava estar sentado pra ver o que viria.<br />Fiquei olhando pela janela, vendo rostos e rodas passando muito depressa por causa da velocidade do ônibus.<br />Entre os prédios há muito velhos do Setor Central, algo estranhamente inesperado foi captado pelos meus olhos:<br />Uma árvore.<br />Mas não era uma árvore qualquer.<br />Ela era alta, de forma que tive que olhar para o céu para ver até onde ia, de tronco grosso e escuro que contrastava das folhas muito amarelas e vivas... Única.<br />A impressão que eu tive foi que ela estava em uma outra freqüência, em outro tempo. Parecia que ali o tempo passava mais lentamente.<br />As folhas que caiam dançavam suavemente até tocar o chão.<br />Aquela árvore não combinava com o lugar onde estava. Parecia um santuário entre a selva de pedra.<br />Senti paz, senti Deus.<br />Gostaria de poder ter ficado o resto do dia olhando para ela.<br />O curioso, é que há alguns meses eu estava escrevendo meu livro e tive a vontade de escrever sobre uma árvore que teria muita relevância pra trama. Imaginei ela, trabalhei a imagem dela nos meus pensamentos... Era linda.<br />Hoje eu pude vê-la no meio da rua.<br />Amanhã voltarei lá, só pra ter certeza que não foi imaginação.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-27179961653575651972010-08-12T20:42:00.004-03:002010-08-12T22:38:20.202-03:00O ônibusHavia um velho e um menino sentados no ponto de ônibus.<br />Nada podia ser ouvido além do vento, quando o menino fez-se ouvir:<br />-Tio, de onde o ônibus vem?<br />O velho olhou com curiosidade para o menino pensando como uma mente tão nova pudesse fazer reflexões como aquela.<br />Por um momento, ele considerou explicar racionalmente, falar sobre a garagem, sobre o serviço que a empresa prestava à cidade. Mas então, ele se lembrou que um coração como aquele ainda não havia sido tocado com as verdades secas do mundo.<br />-Eles vêm de um lugar chamado "Amanhecer" - começou ele -, é um lugar que homem algum jamais pisou. As portas são feitas de nuvens, e há um arco-íris grande e colorido. Lá, só existe felicidade. O sol é mais claro, o mar é mais refrescante, e os ônibus são criados com o cuspe de dragões grandes e roxos.<br />Os olhos do menino brilharam enquanto ele olhava o final da rua.<br />O velho não sabia (como poderia?), mas o menino havia acabado de ser abandonado pela mãe, que disse que ele precisava pegar um ônibus enquanto ela ia a algum lugar qualquer.<br />Aquela história não levou o menino a nenhum lugar seguro, mas fez da viagem um fardo menos pesado.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-49050017866947432752010-07-22T03:07:00.015-03:002010-07-22T12:49:50.170-03:00Sonho<span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >É uma noite qualquer de um dia qualquer.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Mas mesmo em noites como essa, a mágica é possível.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Quando ela acontece, você sente.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >O sorriso é inevitável... E que sorriso, eu penso.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Nunca um abraço foi tão forte, quente e prazeroso.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Encaro aqueles olhinhos levemente fechados, incapazes de se abrir diante das lágrimas.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >É o momento que eu levarei pro resto da minha vida...</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >A luz está na medida certa, não há pessoas para interromper.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Um silêncio maravilhoso se faz presente, mas não por completo.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >No fundo, lá no fundo dos nossos ouvidos há algo...</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >É a trilha sonora da vida tocando desinibida, dando a sua graça.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >E o que vem na minha cabeça é que alguém lá em cima está cuidando desse momento. Isso me trás a paz necessária.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Eu olho e penso no quanto ela é linda.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Sinto que faria qualquer coisa por ela, quero protegê-la, quero cuidar dela.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Sei que não serei verdadeiramente feliz com mais ninguém,</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >que eu sou encantado com cada qualidade, defeito, com cada detalhe dela.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >E não poderia viver sem isso.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Nesse momento eu me assusto, repasso o que acabei de pensar:</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Eu não poderia viver nem mesmo sem os defeitos dela...<br />Logo eu. Aquilo me faz bem.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >É tão claro pra mim, olhando aquele rosto, dos cabelos loiros, passando pelos olhos ainda em prantos, o nariz com pircing sensual, a boquinha pequena... Tudo foi feito pra mim, isso me faz um bem indescritível.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Ali, na minha frente, está tudo o que eu sempre quis.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >E tudo isso está explodindo dentro do meu peito, querendo sair de qualquer forma, eu não sou mais capaz de resistir.</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Como um milagre em forma de palavras, eu quebro o silêncio:</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >“Eu te amo".</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >A frase mais sincera que já saiu da minha boca,</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >a mágica acontecendo pura e simples,</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >em uma noite qualquer de um dia qualquer,</span><span style=";font-family:times new roman;font-size:100%;" ><br /></span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >o momento mais especial.</span>Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-80254935060736075972010-07-13T20:41:00.004-03:002010-07-13T21:01:09.945-03:00Dia de chuvaPor um instante me imaginei chutando a chuva, correndo pela rua comum de um bairro comum.<br />Eu estava feliz, não sabia onde estava indo e isso não fazia a menor diferença porque, no final das contas, eu só queria estar em movimento.<br />Não era um dia triste, longe disso. Chovia enquanto o sol brilhava.<br />E eu sabia que em algum lugar havia um lindo arco-íris. Isso aliviou meu coração.<br />O cheiro era diferente ali, o vento acariciava como nunca antes o meu corpo molhado.<br />A bermuda era a minha única peça de roupa. Nada de blusas, sempre as detestei. E calçados... Faça-me o favor! Nunca se é livre o suficiente com sandálias ou tênis.<br />Pra ser livre é preciso estar descalço, sentir o chão onde se pisa.<br />Em algum momento no tempo aparentemente infinito, cansei. E foi aí que eu sentei na calçada.<br />Pessoas passavam, algumas correndo, outras com guarda-chuva. Todas se protegendo de alguma forma.<br />Carros passavam velozes jogando água para tudo quanto é lado.<br />Eu não estava nem aí para nada, só queria curtir aquele momento.<br />Fiquei ali por tempo suficiente pra entender que não havia nada para ser entendido.<br />Em momentos como esse, você só sente... E eu senti.<br />Decidi voltar pra casa, um banho quente é sempre o melhor a se fazer depois de tomar chuva.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-69127079459375840512010-07-04T21:10:00.004-03:002010-07-06T13:49:12.858-03:00A genialidade do convencimento poéticoO filho se aproximou do pai e disse:<br />-Pai, o senhor acha que conseguiu aproveitar a vida?<br />-Que pergunta interessante... - ponderou ele - Interessante. Bom, eu não precisaria pensar muito para dizer que sim. É óbvio que não está nos meus planos morrer por agora, e isso seria suficientemente ruim. Mas, se acontecesse, eu poderia dizer que sim.<br />-Achei mesmo que fosse o que você responderia. Que bom.<br />-É, não há nada que traga maior tranquilidade do que poder dizer que se viveu bem.<br />-Com toda certeza, pai. - Dizendo isso, o garoto se virou para ir. Mas ele deu dois passos e parou.<br />-Pai?<br />-Estou ouvindo.<br />-Me diga sobre o seus vinte anos. O senhor se lembra de algo realmente marcante?<br />-Deixe-me pensar... Oh, sim. Como me lembro. Eu tinha meus vinte e poucos anos, acho que vinte e um, talvez vinte e dois. Bom, não importa. Naquele dia meu pai me emprestou o carro. Saí com meus amigos, aprontamos muito! Fomos em várias festas. Ah, eram outros tempos, havia muitas festas e você apenas entrava na casa das pessoas sem nem mesmo conhecê-las. Não havia essa violência toda, você sabe. E foi em uma daquelas casas que eu a encontrei... Sua mãe. Linda de morrer! Trocamos olhares, trocamos sorrisos, beijamo-nos. Jamais vou esquecer! - concluiu ele com olhos nostálgicos.<br />-Imagino. Deve ter sido um dos capítulos mais bonitos da sua história.<br />-Não tenha dúvidas, não tenha dúvidas.<br />-Pai...<br />-Sim meu filho - disse agora enxugando as lágrimas.<br />-Eu tenho 21 anos e preciso do carro. Se o senhor não me emprestar, não terei o que contar aos meus filhos.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-55854316569583992042010-07-02T22:57:00.004-03:002010-07-02T23:56:39.742-03:00Estamos foraAinda carrego comigo lembranças da Copa de 2006.<br />Lá estava uma seleção realmente formada por craques: Adriano, Robinho, Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Zé Roberto, Cafu, Lúcio, Juan... Que seleção era aquela! E lá estava o meu ídolo máximo, o melhor que eu vi em campo, Ronaldo.<br />Mas eu vi uma seleção histórica ser destroçada por um senhor calvo e elegante que jogava com a dez. Ele mesmo, Zidane.<br />Como eu senti raiva naquele dia... Ver o marrento Henry comemorando o gol que nos eliminou. E pior, ver aquela seleção incrivelmente talentosa, atuar de forma tão vergonhosa. Ninguém corria, ninguém chamava a responsabilidade, ninguém deu o sangue. Raiva.<br />Estávamos fora.<br />Quatro anos se passaram e lá estávamos nós outra vez.<br />Nem de longe essa seleção lembrou o talento de 2006, mas eu confiei.<br />Primeiro porque sou Brasil acima de tudo. Independente de quem esteja lá, eu estou junto. Segundo porque era o Dunga quem estava dirigindo. Já escutei uma porção de coisas sobre ele, algumas realmente interessantes, outras, bobagens.<br />O Dunga foi o capitão da minha infância. O cara que eu respeitava dentro do campo, que gritava com qualquer um e com todo mundo. Um capitão de verdade.<br />Nunca vou esquecer ele erguendo a taça em 94. Nunca vou esquecer ele comemorando a conversão do pênalti em 98.<br />Capitão desde o Sub-20, três copas do mundo, duas finais, tetra campeão mundial.<br />Se foi cabeça dura? Foi. Mas esse é o Dunga. Acreditou no grupo, caminhou com o grupo, morreu com o grupo.<br />Estamos fora.<br />O Felipe Melo é um juvenil! A camisa 9 do Ronaldo pesou pro Luis Fabiano. Me comovi com o choro do Kaká, mas isso não muda o fato de ele não ter conseguido ser protagonista em uma Copa. E o Robinho... O Robinho... Deixa pra lá.<br />Fizemos tudo diferente de 2006, fomos eliminados nas quartas como em 2006.<br />Mas não posso concordar que foi a mesma coisa, porque não foi.<br />Hoje eu vi um time limitado que se esforçou, que tentou, que buscou... Correram e lutaram. Se fomos eliminados, foi por incompetência, não por displicência.<br />Hoje eu não senti raiva, senti tristeza.<br />Estamos fora.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-89493488162482680832010-06-11T18:41:00.006-03:002010-06-11T19:24:18.177-03:00Carpe DiemCaminhou embaraçosamente pela caçada fria e deserta.<br />Não sabia como as coisas haviam chegado naquele ponto. Ele estava lá, o tempo todo, mas não sabia dizer.<br />De uma hora pra outra elas foram acontecendo, algumas tomando forma, outras se desfazendo diante dos seus olhos.<br />Era ali que se encontrava naquele momento, a cabeça vazia, o peito cheio.<br />E pensando bem era exatamente daquela forma que ele queria que estivesse, porque era mesmo com o peito que falaria.<br />É claro que a coragem não veio como vem um desejo. A não, essa tal tem vontade própria. Mas ele não deixaria de estar na presença dela naquela noite jamais.<br />E a chamou da forma mais poética e bonita que um ser humano poderia, pelo auto convencimento verdadeiro.<br />Ele pensou sozinho alguns minutos antes...<br />"A vida está acontecendo nesse momento. E eu tenho poucos desses, porque a vida é curta. E se daqui a pouco, quando eu descer do ônibus, viesse um homem desesperado com a própria vida e ao tentar me assaltar, me desse um tiro? Bom, provavelmente eu morreria. E isso já seria ruim o suficiente. Mas poderia ser pior. E se viesse um anjo como nos filmes, vestido de branco, sei lá, e me perguntasse se eu estaria indo embora feliz, se eu havia feito tudo o que eu tive vontade, o que será que eu responderia? Eu responderia... Não".<br />É por isso que ele estava ali, é por isso que ele seguia mesmo com as pernas vacilantes. Ele estava escrevendo a própria história, estava substituindo a frustração certa, pela dúvida do tentar. E convenhamos, tentar é viver.<br />Finalmente chegou na porta do bar, ali estava cheio e barulhento. Ela estava sentada em uma mesa na calçada, sozinha. Sorriu quando o viu voltar.<br />"Oi". Foi o que ele disse. Se ela respondeu e o convidou pra sentar, se eles conversaram por horas e nunca se ligaram, se casaram e tiveram filhos, se viraram grandes amigos, ou quem sabe viveram uma paixão dessas que só se vive uma vez na vida... Nada disso importa. O que importa, é que ele tentou.<br />E agora já poderia dizer sim ao anjo de branco.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-59688086730723954862010-04-25T20:55:00.009-03:002010-09-12T01:25:09.724-03:00Conversa de despedidaA Senhora me desculpe.<br />Mas veja bem, as coisas não podem ser como queremos que seja, não é verdade?<br />Não posso carregar mais uma vida nas costas, não dessa vez. Eu não estou preparado... Ainda.<br />A liberdade é onde estou, e nela perecerei. Não é ruindade, nem má vontade! O que seria ainda pior, terá que concordar.<br />Não é que eu tenha medo dos seus defeitos, medos ou fracassos.<br />Eu temo por algo muito mais sério e perigoso, pelo seu sorriso. Porque, se eu aceitar o que os seus olhos me pedem agora, não poderei permitir, nem por um momento, que você deixe de sorrir.<br />E eu sei que vou falhar, não seria a primeira vez.<br />Não chore... Não...<br />Está bem. Chore.<br />Ainda bem que está acontecendo assim, o choro vindo antes. Mais tarde você sorrirá. Se eu estivesse tendo a postura que gostaria, aconteceria justamente o contrário.<br />Senhora... Senhora. Você sabe o que passei? Sabe quantas marcas existem no meu coração?<br />Eu só estou evitando que você se aproxime do jardim seco e esquecido que existe aqui.<br />Quem sabe um dia, minha Senhora, nos encontraremos. E aí, eu possa ter mais para lhe oferecer.<br />Mas hoje não, hoje eu só tenho o medo de tentar. Um medroso, é isso o que sou.<br />Desculpe-me.Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4458670211051095968.post-2699878305558292712010-04-20T21:06:00.005-03:002010-04-20T21:18:29.344-03:00FINAL - Mentes criminosas - Capítulo 5: Batman e Coringa<a href="http://yurimanzi.blogspot.com/2010/03/mente-criminosa-capitulo-1-o-quarto.html">Capítulo 1 - O quarto
<br /></a>
<br /><a href="http://yurimanzi.blogspot.com/2010/03/mentes-criminosas-capitulo-2-uma-voz-no.html">Capítulo 2 - Uma voz no silêncio</a>
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<br /><a href="http://yurimanzi.blogspot.com/2010/03/mentes-criminosas-capitulo-3-olhos.html">Capítulo 3 - Olhos azuis de plástico
<br /></a>
<br /><a href="http://yurimanzi.blogspot.com/2010/04/mentes-criminosas-capitulo-4-um-oscar.html">Capítulo 4 - Um oscar
<br />
<br /></a>
<br /><span style="font-size:100%;">FINAL
<br />
<br /></span><meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 10"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 10"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CWINDOW%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:Arial; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-font-family:"Times New Roman";} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman";} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Capítulo 5 – Batman e Coringa</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">
<br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Então era isso. Moisés Darmandes, o grande criminoso, havia se passado o tempo todo por Marcos Correa. Que por sua vez estava amarrado na cama com a boca tapada, sem chance de fazer qualquer coisa para evitar aquilo.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">O verdadeiro Darmandes se aproximou do velho Marcos Correa preso na cama e tirou a fita de sua boca.
<br />-Darmandes, seu desgraçado! - bravejou o velho - Você me paga filho da puta!
<br />-Acalme-se velho policial, ou vai enfartar.
<br />-Desgraçado! – continuou o velho parecendo não se importar.
<br />-No fundo eu sei que você está encantado com minha genialidade. Haha.
<br />-Não sou um bandido Darmandes, mas sei pensar como um! Você tem algum informante na merda da policia, sabia que eu me passaria por você hoje. Então só esperou que eu colocasse meu plano em ação. Você esperava que eu já estivesse resolvido tudo pra você, não esperava encontrar uma ladra inteligente e um leão nesse quarto, sei que ficou desprevenido. Mas você é esperto, soube muito bem contornar a situação. Só estranho o fato de você ter arriscado tanto hoje, não é do seu feitio ter permitido uma troca de tiros nesse quarto. O que houve?
<br />-Olha só, nem eu mesmo poderia descrever tão bem o que aconteceu. Mas você está sendo inocente meu caro, o que aconteceu é que meu informante é justamente aquele seu parceiro morto ali. - e apontou para a metade do corpo do homem para fora do guarda-roupa.
<br />-Você usou o Emerson? Você é sujo Darmandes.
<br />-Por que está indignado? Ele te traiu, eu o matei, te fiz um favor.
<br />-Muito bem senhor sabichão, até aqui você fez o que mais sabe fazer, foi brilhante. Mas agora, a pergunta que não quer calar, como você achará o mapa? Ou não pensou ainda que a única pessoa que sabia onde ele estava está fria aí do seu lado?
<br />-Marcos, Marcos. Depois de tantos anos você ainda me subestima? Essa mulher, como é mesmo o nome dela?
<br />-Rosana.
<br />-Isso! Rosana. Eu sou péssimo com nomes, mas a reconheceria em qualquer lugar do planeta. Pois bem, a Rosana. Você acha mesmo que ela correria um risco tão desnecessário?
<br />-Do que está falando maldito?
<br />-Uma mulher que coloca uma arma em sua mão com uma bala, apenas uma, não corresponde a alguém que gosta de se expor. Fazendo isso, ela correu o risco de você errar, mas não teria condições de atirar nela se isso acontecesse, porque você só teria uma única bala.
<br />-Para de joguinhos de inteligência, me diga do que se trata.
<br />-Ora Senhor Marcos Correa, leão, mulher presa de cabeça para baixo, manequim com câmera, homem dentro do guarda-roupa... O que está faltando?
<br />-Apenas me diga desgraçado!
<br />-Sua mãe não te deu muita educação, não é verdade? Se reparar bem, houve um propósito para tudo que esteve aqui nesse quarto essa noite. Mas há algo que ainda não mostrou o seu propósito, algo que estava aqui desde o momento em que entrei correndo por aquela porta, algo que esteve com você todo o tempo... Exatamente! A mochila.
<br />-Não, não é possível!
<br />-Claro que é. Rosana jamais colocaria uma bomba dentro de uma mochila correndo o risco de morrer por causa disso. Dentro da mochila deve haver algumas bobagens para te convencer que havia uma bomba e, no meio disso, um frágil objeto que guiou todos os acontecimentos dessa noite e, por que não, dos últimos meses. O mapa está em suas costas, meu caro.
<br />-Não! Maldito! Maldito!
<br /></span><span style=";font-size:100%;" > </span><span style="font-size:100%;">Com a faca, Darmandes cortou as alças da mochila que estava com Marcos e de dentro tirou um amassado e velho papel. Desembrulhou e olhou para um mapa. Sorriu ao fazer isso. Então virou de costas e se encaminhou para a porta do quarto. Antes de sair disse:
<br />-Te encontro em outra oportunidade então policial.
<br />-Você não vai me matar?
<br />-Te matar? Claro que não! Há anos que brincamos de cão e gato, eu me divirto tanto! Haha. Você conhece o Batman? Pois é, você é o Batman, eu sou o Coringa. Nós nos completamos, eu sou um agitador, um agente do caos. Minha função é disseminar o mal, e a sua, evitar. Se eu te mato, Marcos, eu perco a minha função. Por isso, assim como o Coringa quer o Batman vivo, eu também te quero vivo. Eu jamais mataria o Batman.
<br />Marcos o olhou da cama como quem vê uma mente perigosa, pois era ao mesmo tempo brilhante e doentia.
<br />Darmandes deu mais dois passos e parou.
<br />-Mentira. Eu mataria o Batman. E também o Coringa.
<br />E acertou a testa do policial.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">
<br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Fim.</span>
<br /></p>
<br />Yuri Manzihttp://www.blogger.com/profile/04062002040348371651noreply@blogger.com0