Havia um garoto que queria mudar o mundo.
Ele sabia que havia algo errado e queria consertar.
Tinha vontade, juventude e inspirações suficientes para isso.
E assim que crescesse mais um pouco começaria o seu plano.
Acontece que esse "crescer mais um pouco" normalmente é um erro grave, pois através disso vem a fase adulta com um emprego, o primeiro carro e o sexo. E esses são fatores suficientes para mudar uma mente.
Havia um adulto que quando garoto queria mudar o mundo.
Ele se sentia frustrado por ter saído do próprio caminho que traçara.
Mas ele tinha vontade e saúde para voltar para esse caminho e o faria, assim que amadurecesse mais um pouco.
Acontece que esse "amadurecesse mais um pouco" normalmente é um erro grave, pois através disso vem o envelhecimento com uma vida financeira estável, uma família grande e doenças.
Havia um velho que um dia fora um garoto que queria mudar o mundo. Mas o mundo mudou o garoto, e o velho morreu mudado e frustrado.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Frases históricas 9
sábado, 22 de agosto de 2009
Experiência é tudo 2
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Face diante do espelho
Socou com força a pia do lavatório.
Por um momento ficou parado, somente o silêncio e o soluço.
Devagar subiu o olhar vermelho e aguado para ver, diante do espelho, o que torna o ser humano tão especial: O sentimentalismo. E chorou ao ver a própria face.
Por que ele dissera aquilo? Por que somos tão explosivos e extremistas?
Já não bastava a perda da mãe e do irmão de um só vez? Era pra ser a origem de uma vida, mas foi a causa de duas mortes. E logo em seguida a depressão do pai.
Tudo isso já não era suficiente?
Precisava mesmo chamar o pai de alcoólatra, de dizer que iria embora e o abandonaria?
A vida já fora cruel demais com aquela família. Não havia mais necessidade de que fossem um com o outro.
Mas haviam sido.
E isso o machucou profundamente. Ele pensou tudo isso diante do espelho, antes de quebrá-lo com um soco. Queria gritar, mas apenas chorou.
Viver dói.
Por um momento ficou parado, somente o silêncio e o soluço.
Devagar subiu o olhar vermelho e aguado para ver, diante do espelho, o que torna o ser humano tão especial: O sentimentalismo. E chorou ao ver a própria face.
Por que ele dissera aquilo? Por que somos tão explosivos e extremistas?
Já não bastava a perda da mãe e do irmão de um só vez? Era pra ser a origem de uma vida, mas foi a causa de duas mortes. E logo em seguida a depressão do pai.
Tudo isso já não era suficiente?
Precisava mesmo chamar o pai de alcoólatra, de dizer que iria embora e o abandonaria?
A vida já fora cruel demais com aquela família. Não havia mais necessidade de que fossem um com o outro.
Mas haviam sido.
E isso o machucou profundamente. Ele pensou tudo isso diante do espelho, antes de quebrá-lo com um soco. Queria gritar, mas apenas chorou.
Viver dói.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Um pouco sobre falsidade
-Diego! Dieeeeeeeeego! Vem cá vem meu filho, sua tia Zuleica está aqui.
Diego saí relutante do quarto com um andar arrastado.
Um oi seguido de sorriso sem graça por parte de um. Um grande abraço muitas risadas e um nada original "nossa como você está crescido!".
Assim que a Dona Zuleica vai embora a mãe diz:
-Nossa meu filho, você nem ficou aqui na sala. É tão rara as vezes que a tia Zuleica vem nos visitar, ela gosta tanto de você.
-Mãe, ela fede, é gorda e não é irmã nem da senhora nem do meu pai. Então não é minha tia! A senhora detesta ela, se pudesse nem abriria o portão. Ela não é sua chefe, ela não é ninguém importante. Então por que a senhora continua fingindo que gosta dela e continua a recebê-la com sorrisos falsos e abraços de obrigação?
A mãe não teve o que dizer. Há coisas que somente as crianças podem falar, pois elas ainda não foram contaminadas com a diplomacia imunda da humanidade que convive em comunidade.
Diego saí relutante do quarto com um andar arrastado.
Um oi seguido de sorriso sem graça por parte de um. Um grande abraço muitas risadas e um nada original "nossa como você está crescido!".
Assim que a Dona Zuleica vai embora a mãe diz:
-Nossa meu filho, você nem ficou aqui na sala. É tão rara as vezes que a tia Zuleica vem nos visitar, ela gosta tanto de você.
-Mãe, ela fede, é gorda e não é irmã nem da senhora nem do meu pai. Então não é minha tia! A senhora detesta ela, se pudesse nem abriria o portão. Ela não é sua chefe, ela não é ninguém importante. Então por que a senhora continua fingindo que gosta dela e continua a recebê-la com sorrisos falsos e abraços de obrigação?
A mãe não teve o que dizer. Há coisas que somente as crianças podem falar, pois elas ainda não foram contaminadas com a diplomacia imunda da humanidade que convive em comunidade.
Experiência é tudo
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