quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Um pouco sobre falsidade

-Diego! Dieeeeeeeeego! Vem cá vem meu filho, sua tia Zuleica está aqui.
Diego saí relutante do quarto com um andar arrastado.
Um oi seguido de sorriso sem graça por parte de um. Um grande abraço muitas risadas e um nada original "nossa como você está crescido!".
Assim que a Dona Zuleica vai embora a mãe diz:
-Nossa meu filho, você nem ficou aqui na sala. É tão rara as vezes que a tia Zuleica vem nos visitar, ela gosta tanto de você.
-Mãe, ela fede, é gorda e não é irmã nem da senhora nem do meu pai. Então não é minha tia! A senhora detesta ela, se pudesse nem abriria o portão. Ela não é sua chefe, ela não é ninguém importante. Então por que a senhora continua fingindo que gosta dela e continua a recebê-la com sorrisos falsos e abraços de obrigação?
A mãe não teve o que dizer. Há coisas que somente as crianças podem falar, pois elas ainda não foram contaminadas com a diplomacia imunda da humanidade que convive em comunidade.

Um comentário:

Pedro Ascar disse...

Pareceu aqueles textos tipo Ortega e tals. HAHA *aaaaaaaaaargh*
Muito bem escrito, por isso fiz a comparação. Muito bom, Manzi, de verdade. Parabéns.