Acordei cedo naquela manhã fria.Na verdade,não estava fria,mas as pessoas que desciam dos navios usavam muitas roupas e logo fui convencido de que estava frio."Aquelas pessoas" desembarcando era o maior acontecimento que poderia haver do lado de cá do abismo,que se tornou ex-abismo depois da expansão martítima.Mas deixemos os equívocos da Igreja para outro dia.
Quando o grande,forte e destemido D. João desembarcou eu tive a certeza:Aquilo não iria prestar.O cara era baixinho,gordo e trapalhão.Comecei realmente a achar que os rumores de que um pigmeu chamado Napoleão havia expulsado o Seu João do conforto do seu palácio eram verdadeiros.
Assim que tirei os olhos do Seu João,percebi a presença dos outros.Eram muitos,parecia que haviam escoltado os portugueses.Logo pensei,se o fizeram,irão querer algo em troca.Odeio estar certo.O Seu João começou a favorecer aqueles ingleses.Surgiu um tal de "Abertura dos portos às nações amigas".Oras,nações amigas é uma coisa,mas aquela Inglaterra fudeu com tudo!
Acontece que o Seu João liberou a fabricação de produtos e eu embarquei nessa.Mas a Inglaterra invadiu a minha colonia,digo,o meu Reino Unido.Os produtos dela eram melhores e mais baratos,houve uma infestação de produtos ingleses.Resultado?Acreditem,eu fui um dos primeiros desempregados da história do país dos desempregados.
Mas nem tudo estava perdido,consegui um novo emprego na Biblioteca Nacional.Isso mesmo,o seu João criou uma biblioteca.Mas,como sabem,estamos no Reino Unido de Portugual.Quando voltava do trabalho vi um inglês,um maldito inglês tentando violentar uma moça indigena.Tentei interferir e fui incansavelmente agredido.Para o meu total desespero,ele seria julgado pelo tribunal inglês,mas uma medida bacana do Seu João.O pior?A índia era namorada do cara.
Pra mim era a gota d'água,percebi que o tal de Brasil estava fadado à subordinação,à imcompetência e à luxúria.Lancei um movimento:o Cansei.Decidi ir embora,peguei minhas coisas e fui para as Antilhas,viver da pirataria e do Run,desejando jamais ter acordado naquela manhã fria.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
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